20.5.14

É hoje que o Teatro de Camões chega ao Brasil

Recebi de Geisa Souto várias informações sobre um lançamento importante da Editora Oficina Raquel. Trata-se do livro Teatro de Camões, organizado por Márcio Muniz. O lançamento acontece hoje, dia 20 de maio (terça-feira),no Real Gabinete Português de Leitura (Rio de Janeiro), às 15h, com uma mesa-redonda de apresentação da edição brasileira, que contará com as presenças de Márcio Muniz e Luís Maffei, escritor e professor e pesquisador de literatura portuguesa. O Real Gabinete fica na Rua Luís de Camões, 30. - Centro - Rio de Janeiro – RJ) O evento é aberto ao público. Abaixo vão as informações do release (sem edição por parte da Redação do blog que anda meio desfalcada): "Camões, homem de teatro? Sim, dramaturgo, e, segundo a tradição, possivelmente encenador e ator. Esta faceta do poeta é geralmente desconhecida do público brasileiro. Por isso, a importância da edição da Oficina Raquel dos três autos atribuídos a Camões: Auto de Filodemo, Auto dos Anfitriões, Auto d’El-Rei Seleuco. A apresentação é do professor de literatura Márcio Muniz. Escritos e provavelmente encenados entre as décadas de 1540 e 1550, os textos foram publicados postumamente. Em seus autos, Camões mostra-se um mestre do verso e também do drama. A leitura do teatro camoniano é fundamental para uma compreensão mais abrangente da tão conhecida obra de Camões e para um redimensionamento de sua poesia". Mais detalhes do livro: "Uma nova faceta do poeta português Luís de Camões pode ser descoberta pelos leitores brasileiros. A editora Oficina Raquel lança ‘Teatro de Camões, organizado pelo professor de literatura Márcio Muniz. O livro reúne os três autos escritos pelo poeta para teatro e provavelmente encenados entre as décadas de 1540 e 1550: Auto de Filodemo, Auto dos Anfitriões e Auto d’El-Rei Seleuco. Os textos mostram que Camões não é apenas o maior poeta da nossa língua em todos os tempos, ao lado de Fernando Pessoa. É também autor de uma dramaturgia poderosa".   “Camões mostra-se um mestre do verso e também do drama. A leitura do teatro camoniano é fundamental para uma compreensão mais abrangente da tão conhecida obra de Camões, e para inclusive um redimensionamento de sua poesia. Na contramão daqueles que defendem que o teatro é parte menos significativa da obra do poeta, acredito que a produção dramática de Camões é resultado do grande artista que ele foi. Os autos devem ser lidos e conhecidos, assim como suas poesias lírica e épica’, analisa Márcio Muniz.   Camões mantém um diálogo com as distintas matrizes que orientavam a criação teatral no século XVI português. Os autos de Camões organizam-se via uma sucessão de quadros, com raras referências à cenografia ou ao espaço cênico. Outro elemento a se destacar é que as personagens apresentam grande diversidade e flexibilidade na composição das figuras em cenas. Uma profusão de personagens-tipo, em sua grande maioria de extração popular, originários do mesmo fundo comum que alimentou o auto peninsular, como criados, bobos, pastores, escudeiros, entre outros.   Camões foi um dramaturgo atento ao teatro que se produzia em sua época – algo perceptível, por exemplo, no diálogo explícito que mantém com a dramaturgia de Gil Vicente, Antônio Ribeiro Chiado e Jorge Ferreira de Vasconcelos, no caso português, e com Fernando Rojas, no caso castelhano.   “O que moveu a Oficina Raquel a editar ‘Teatro de Camões’ foi a possibilidade de apresentar ao público brasileiro os textos dramáticos de uma maiores figuras da literatura em língua portuguesa. A edição do livro no Brasil do século XXI reafirma a pertinência de se ler e representar hoje a dramaturgia camoniana”, analisa Luis Maffei, diretor da Oficina Raquel e professor e pesquisador de Literatura Portuguesa.   Embora muito pouco se saiba sobre as condições e circunstâncias de produção e encenação dos três autos, a observação atenta dos textos revela suas especificidades dramáticas, bem como certa consciência da criação e do fazer teatral presente em Camões.   A ortografia, a acentuação e a pontuação do autos camonianos foram atualizadas, de acordo com as normas e usos vigentes, tanto para o português quanto para o espanhol, língua de algumas personagens. Um glossário acompanha os textos.   Auto de Filodemo   O Auto de Filodemo (1.800 versos) encena a história dos irmãos gêmeos, Filodemo e Florimena, fruto dos amores secretos de um fidalgo português pela filha do rei da Dinamarca. A princesa fica grávida, o casal foge em busca de abrigo em Portugal, temendo a reação do rei. Quase ao fim da viagem, naufragam na costa portuguesa, morrendo o fidalgo e a princesa, não sem antes esta dar à luz ao casal de irmãos gêmeos. Encontrados por um pastor, são criados por este.   Auto dos Anfitriões   O Auto dos Anfitriões (1.800 versos) tem como base narrativa o mito do nascimento do herói grego Héracles ou, na denominação latina, Hércules. Este auto é prova concreta de que o sentimento amoroso é, no conjunto da obra dramática camoniana, força superior a tudo e a todos. Além da questão amorosa, o dramaturgo vale-se também do jogo de aparências, inerente à história de Anfitrião, para propor um instigante questionamento sobre a problemática das identidades.   Auto d’El-Rei Seleuco   O Auto d’El-Rei Seleuco (730 versos) aparentemente divide-se em duas partes: a primeira, encena uma espécie de “farsa metateatral”, que de certa forma prepara a representação principal; a segunda parte, encena de fato a história do rei sírio Seleuco e dos amores quase incestuosos que envolveram seu filho, o príncipe Antíoco, e a jovem madrasta deste, a rainha Estratônica. Camões foi o primeiro dramaturgo a levar este episódio da história do rei Seleuco para a cena teatral e a adaptou de modo muito singular".   Ficha técnica: TEATRO DE CAMÕES Organização: Márcio Muniz Editora Oficina Raquel Dramaturgia 272 páginas R$ 42,00
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