14.1.12

Som Imaginário revive um tempo de experimentação estética em shows, hoje e amanhã, no Sesc Belenzinho



Experimentação era a "palavra de desordem", em anos de chumbo no país, na lida criativa e progressiva do Som Imaginário, surgido para acompanhar um artista que, então, principiava a sua travessia para o merecido sucesso, Milton Nascimento. Como observa a pianista Beatriz Cyrino em sua dissertação sobre as "fusões de gêneros e estilos de produção musical" do grupo, apresentada no Instituto de Artes da Unicamp, seus talentosos integrantes, nos dois primeiros elepês - de 1970 e 1971 -, identificados com a corrente contracultural que floresceu nos EUA nos anos 60, valiam-se, basicamente, da linguagem do pop/rock para "inovar" e "protestar". A ela, na alquimia sonora das gravações em estúdio, também davam, entre outros ingredientes das bem construídas composições, um sabor nosso de samba e ijexá, até alcançar, na mistura do terceiro e último disco, "Matança do Porco", de 1973, com arranjos mais bem elaborados, um resultado musicalmente mais coeso e consistente e de agrado mais amplo do público. Nele, pontificou o trabalho de arranjo e orquestração do três-pontano Wagner Tiso, já anteriormente exercitado, no Rio, na bossa nova, quando, em 1965, tocava na boate Drink (então não mais de propriedade de outro pianista, Djalma Ferreira, mas do cantor Cauby Peixoto). Lá, naquele ano, conheceu o baterista Robertinho Silva, com quem comporia, em companhia do guitarrista e artista plástico Fredera, do violonista Tavito, do baixista Luiz Alves e do cantor e organista Zé Rodrix, o "line-up" original do Som Imaginário, que, depois, acolheria instrumentistas do porte de Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Novelli, Jamil Joanes, Paulo Braga, Naná Vasconcelos e Laudir de Oliveira, por exemplo,além de acompanhar nomes de alto relevo da MPB, como Gal Costa, Sueli Costa e Marcos Valle.
       Após 37 anos de afastamento do palco, o Som Imaginário continua, neste sábado, 14 de janeiro, às 21h, a minissérie de apresentações no Sec Belenzinho, em Sampa, ontem iniciada e amanhã encerrada, às 18h ("flyer" acima). Nos "links" seguintes: 1) a execução de "Feira Moderna", pelo Som Imaginário, em imagens de arquivo da TV Cultura de São Paulo; 2) a mesma música, de Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant, em gravação do conjunto no disco; 3) o belo "Tema dos Deuses", de Milton Nascimento, utilizado em 1970 por Ruy Guerra em filme que dirigiu, "Os Deuses e os Mortos"; 4) "Armina", de Wagner Tiso; 5) "Mar Azul", de Luiz Alves e Wagner Tiso; 6) "Nepal", de Fredera.   
      Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

      Um abraço,

      Gerdal   
                                 
       


        http://www.youtube.com/watch?v=2tL3PwxCsqI
("Feira Moderna")
       
        http://www.youtube.com/watch?v=vhvokwIeLjI
("Feira Moderna")

        http://www.youtube.com/watch?v=0quebgP1pNM&feature=related
("Tema dos Deuses")

        http://www.youtube.com/watch?v=r6POoRR-Pak&feature=related
("Armina") 

        http://www.youtube.com/watch?v=PB4cyVj6Ei4&feature=fvwrel
("Mar Azul")

        http://www.youtube.com/watch?v=IZ_JN3asINg&feature=fvwrel
("Nepal")

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