22.9.11

Swami Jr. lança "Mundos e Fundos", nesta quinta, no Sesc Pompeia: a turnê sentimental de um sete-cordas viageiro


Em 2000, já fora um grande prazer ouvi-lo, em tabelinha de craques com outro músico paulista, o saxofonista Mané Silveira, no CD "Ímã". Em 2007, prazer renovado quando do lançamento de "Outra Praia", seu primeiro CD solo, bastante elogiado pela crítica especializada. Agora, com "Mundos e Fundos", satisfação ao quadrado, ao cubo ou elevada a que potência for, em imprecisa amplitude matemática, porque, de fato, Swami Jr. vem com tudo para extasiar o ouvinte com o seu sete-cordas inventivo, arrebatador, de sonoridade cheia. Ele, também contrabaixista, compositor e arranjador, assina, como produtor, trabalhos de primeira linha, como CDs do violeiro Paulo Freire, seu parceiro, do bandolinista Hamílton de Holanda, do violonista Marco Pereira, do cantor e compositor Chico César, das cantoras Eliete Negreiros, Vanessa da Mata, Virgínia Rosa e Jussara Silveira, além de uma interessante e inovadora Banda Glória, de luas paulistanas. 
          Em "Mundos e Fundos", Swami retrata musicalmente as voltas que o mundo lhe deu, ou seja, os vários destinos citadinos a que seria levado a partir de 2003, quando, nascendo sua filha, chegava com ela, por meio do produtor Alê Siqueira, o convite para acompanhar a cantora cubana Omara Portuondo, de quem também se tornaria diretor musical. Justamente essa experiência, de seguidas idas ao exterior com o seu "violão viageiro" ("d`après" João de Aquino) - e, em particular, "das horas lentas e vazias em quartos de hotel de lugares distantes e fascinantes", a lhe inspirar sentimentos, afetos, saudades e emoções, "do outro lado de si, em febre metafísica" -, plasmou-lhe o repertório desse disco primoroso. Nele, além de belos temas próprios - como "Paladino" (em intenção do mestre Horondino Silva) e "Jurupari" -, ele regrava, sem obviedade e com frescor de execução, Dorival Caymmi em "Saudade da Bahia" e Jacob do Bandolim em "Vibrações". E confere, na faixa 8, surpreendentemente, à sapequice de "Cabeleira do Zezé" (marcha de 1963 que deu na telha de João Roberto Kelly dentro do bar São Jorge, no Leme, que muito frequentou, ao ver um garçom de longas madeixas, então um modismo surgente numa cena carioca já influenciada pelos Beatles) uma releitura fantástica, lírico-nostálgica, algo camerística, apenas com o violão "falando" por si, em arranjo concebido por Swami numa viagem ao Japão há três anos. O lançamento do disco ocorre nesta quinta-feira, 22 de setembro, às 21h, em show no Sesc Pompeia ("flyer" acima), em Sampa, com participação especial de Marco Pereira, Tuco Marcondes e Mário Manga. Oxalá os cariocas também possamos vê-lo em breve.         
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Pós-escrito: no primeiro "link" abaixo, Swami Jr. fala da motivação de "Mundos e Fundos" em vídeo-release; no segundo, toca uma do CD, o choro "Virou Fumaça", de sua autoria.

             http://www.youtube.com/watch?v=mFsaHYDOAUc&NR=1 ("Mundos e Fundos" - vídeo-release)

            http://www.youtube.com/watch?v=cFkCCK-jLGA
("Virou Fumaça")

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