13.4.11

Alan Rocha revive Candeia nesta quarta no Sesi Jacarepaguá: samba de mestre, que mora na filosofia (grátis)




 
Prezados amigos,
 
        Antônio Candeia Filho, o Candeia, legou à posteridade uma obra de alto relevo - hoje curtida especialmente pela rapaziada ligada no chamado samba de raiz e animadora de rodas de samba espalhadas pela cidade - e, movido pelo seu espírito crítico, criou, em 1975, o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, como consequência do seu desagrado com a descaracterização do desfile principal das escolas de samba, já então "assim" de sambeiros da alta e "paraquedistas" da classe média. Filho de um tipógrafo flautista, cidadão muito considerado em Oswaldo Cruz e Madureira, amigo de Luperce Miranda, Zé da Zilda e Claudionor Cruz, entre outros nomes de realce na MPB, Candeia, desde menino, familiarizou-se com as rodas de samba, estendendo mais tarde tal proximidade à capoeira e ao candomblé, e com 14 anos já saía na Portela fantasiado de mecânico. Três anos depois, em 1957, integrando a ala de compositores da escola, ganhou o seu primeiro samba-enredo, "Seis Datas Magnas", em parceria com Altair Prego, que embalou um desfile histórico e campeão da Portela, "dez, nota dez" de ponta a ponta na apuração. No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba (ainda Picolino, Casquinha, Jorge do Violão, Bubu, Casemiro, Arlindo e Davi do Pandeiro), e, entre seus discos, na companhia de outros bambas, além de Casquinha, como Luíz Grande, Joãozinho da Pecadora, Wilson Moreira,  Velha da Portela e Anézio do Cavaco, participou de elepês de uma ótima série, Partido em 5. Ingressou na polícia civil em 1961, mas, quatro anos depois, com fama de "marrento", meteu-se em entrevero de trânsito e foi alvo de disparo de arma de fogo que lhe atingiu a espinha dorsal, o que, infelizmente, o prenderia a uma cadeira de rodas pelos últimos 13 anos da sua vida.     
        "Amor Não É Brinquedo" (com Martinho da Vila), "Pintura sem Arte", "Minhas Madrugadas" (com Paulinho da Viola), "Filosofia do Samba", "Dia da Graça", "Preciso Me Encontrar", "De Qualquer Maneira", "Peixeiro Grã-fino" e "O Mar Serenou" são daquelas páginas belas, como observaria Monarco, no livro de ouro da criação de Candeia, parte delas relida  nesta quarta, 13 de abril, a partir das 20h, com entrada franca, por Alan Rocha no show-homenagem "Luz Que Clareia no Samba", no Teatro Sesi Jacarepaguá ("flyer" acima). Cantor, cavaquinhista e ator, Alan faz parte da simpática e atraente formação da Orquestra Popular Céu na Terra, na qual faz ainda direção musical. Karla da Silva (foto acima), nascida para cantar e encantar, será uma presença e tanto no palco, em participação especial, para a qual Alan destinou a sua belíssima "Senhora dos Encantos", faixa de disco dela, o primeiro, a ser lançado em breve. Axé!
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal
 
Pós-escrito: no "link" abaixo, 1) imagens de Candeia, de 1969, entre outros sambistas, cantando partido-alto e dando, informalmente, uma aula magna sobre o assunto; 2) Karla da Silva canta "Fubá", de Raphael Gemal e Isaac Chuenk, outra faixa do seu primeiro disco; 3) Alan Rocha canta "Mora na Filosofia", de Candeia, em prévia do show de logo mais à noite.
 
       http://www.youtube.com/watch?v=-eQ4qDfl_zY&feature=related (Candeia e o partido-alto)
 
      http://www.youtube.com/watch?v=_QHkwU8PiMg ("Fubá", com Karla da Silva)
 
      http://www.youtube.com/watch?v=g2G2fhkU42M  ("Mora na Filosofia", com Alan Rocha)
 

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