26.12.10

Um belo presente de Natal ou pós-Natal: "Nássara passado a limpo" de Carlos Didier


Um dos melhores presentes que recebi neste Natal foi este livro de Carlos Didier que acaba de sair do forno, cujo título é muito bem bolado: Nássara passado a limpo publicado por uma casa de responsa, a José Olympio Editora. Didier esclarece que o título é do próprio Nássara que num depoimento ao MIS (Museu da Imagem e do Som) em 1968 disse que tinha um projeto de publicar um livro (com esse título) com suas histórias e ilustrações - nada mais justo do que utilizá-lo nessa obra que resgata sua faceta de grande compositor - nas palavras do autor: um" grande numa época de gente graúda"
Esta obra fecha com chave de ouro um trabalho de resgate da "genealogia da carioquice" que começou com a publicação de um livro sensacional intitulado Noel Rosa -uma biografia (realizado junto com João Máximo) e continuou com o lançamento de Orestes Barbosa, repórter, cronista e poeta. Noel, Orestes, Nássara, uma trinca que teria, segundo Millôr Fernandes, "inventado o Rio de Janeiro".
O livro - elogiado por Ruy Castro numa breve introdução - tem a forma de um ensaio composto por 65 pequenas preciosas crônicas (com ilustrações do próprio Nássara) . O que enriquece mais este trabalho é o fato de que Carlos Didier era amigo de Nássara e teve o privilégio de coletar suas histórias. Para completar seu trabalho ele facilita a vida do pesquisador, no final ele exibe a musicografia de Nássara - e aí que a gente se surpreende com a variedade de sua produção como artista da música e da palavra com a revelação de outras obras além dos já clássicos carnavalescos Ala-la-ô, Florisbela, Formosa, Maria Rosa, Rei Zulu que animam o tríduo momesco e vão animar pelos séculos e séculos amém.

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