31.7.10

Luís Filipe de Lima, Marcos Sacramento e Soraya Ravenle formam o Breque Moderno e lançam CD, neste sábado, em show no Rival


Faz tempo que, no auditório da Casa de Rui Barbosa, situada em lote de antiga chácara em Botafogo, ao ver um show do extinto grupo Diz Isso Cantando, de repertório voltado para pérolas dos nossos maiores nomes do samba, ouvi um inédito, benfeito e de letra engraçada, que me deliciou pela inteligência do palavreado latino utilizado, com expressões do mundo forense. Esse samba, "Águia de Haia", foi composto por Luís Filipe de Lima e Nei Lopes, este com formação em Direito, e poderia, a meu juízo, pela sua feitura e mérito, ter figurado entre as faixas do ótimo "Sincopando o Breque", que o próprio Nei gravou, em 1999, pela CPC-Umes. Encontrando o Luiz Filipe por uma ou duas vezes, pude manifestar-lhe o meu apreço especial por essa criação, que só ouvira uma vez, mas se fixara "ad aeternum" na minha lembrança. Estranhava por que um samba desse jaez não havia ainda chegado ao disco, até que, enfim, passados tantos anos, ei-lo gravado no CD "Breque Moderno", juntando-se a outros que, em show homônimo concebido e musicalmente dirigido pelo talentoso sete-cordas Luís Filipe, eram apresentados, quase sempre, em duetos, como "Tem Que Rebolar, sucesso de Cyro Monteiro, e "Samba Rasgado", da discografia de Carmen Miranda e também, em belo "remake", de Gal Costa.                 .      
         Luís Filipe, que herdou do pai - um grande ator já falecido, Luís de Lima - o gosto pela arte cênica e, como arranjador, fez há pouco notável trabalho no CD "Pimenteira", de Pedrinho Miranda, integra-se, no palco, ao Breque Moderno, de que ainda fazem parte Marcos Sacramento e Soraya Ravenle. Lembro-me do Marcos na seara do pop/rock, em início de carreira, como vocalista do Cão sem Dono, ele que há vários anos, reorientando-se artisticamente, firma-se, em cada disco ou show, como um grande cartaz da MPB, de memorável samba gravado ou cantado ao vivo, também homenageando Custódio Mesquita e Sinhô (neste, ao lado de Clara Sandroni), um cantor apreciado pela crítica especializada. Por seu turno, irmã de Ithamara Koorax, Soraya, cantora de formação inicial do Arranco de Varsóvia e conhecida na tevê como atriz, vem, igualmente, conquistando a simpatia dos críticos e o forte aplauso do público de teatro por causa de espetáculos muito bem-sucedidos, como os musicais "Dolores" e "Sassaricando". Sob a direção de Inez Viana, esses três, com o Breque Moderno, certamente estão tinindo e são grande recomendação para este sábado, último dia de julho, às 20h, no Rival ("flyer" acima).

Nenhum comentário: