23.9.09

O Autor na Praça com o mineiro Mouzar Benedito, o muralista Eduardo Kobra e o ilustrador Ohi em Sampa no Sábado



Recebi por e-mail de Edson Lima, a notícia que meu amigo Mouzar e uma turma da pesada vão aprontar artes lá em Sampa. Segue abaixo o que vai acontecer neste próximo sábado.
O Autor na Praça com Mouzar Benedito, Ohi, Kobra e 20 anos do Museu da Voz
Continuando a comemoração dos dez anos no próximo sábado, dia 26 de setembro,  receberemos um dos fundadores do projeto, o jornalista e escritor Mouzar Benedito, autografando seu livro mais recente “João do Rio, 45” e outros títulos de sua autoria. O cartunista Ohi, também participa do evento, com seu livro “Roendo o osso. As máximas (e mínimas) do cachorrinho.” Ohi é co-autor (Ilustrador) do livro “Saci, o guardião da Floresta” junto com Mouzar Benedito. O Artista do Grafitti e Muralista Eduardo Kobra e sua equipe também participam do evento, O Studio Kobra presenteia o projeto pelos 10 anos, com um novo painel de cenário  de fundo da tenda do Espaço Plínio Marcos. Kobra também é considerado um dos fundadores do projeto e, junto com sua equipe vai finalizar (completar área em branco) o painel no muro da Associação dos Amigos da Praça, que reproduz uma caricatura de Paulo Caruso, entregue na ocasião dos 20 anos da Feira, em 2007. Caruso está preparando imagens de algumas pessoas importantes na história da Feira, que Kobra reproduzirá no Muro, é mais um presente deste artista para cidade. O cartunista Junior Lopes participa do evento realizando caricaturas. No mesmo dia também será comemorado os 20 anos do Museu da Voz, a Barraca foi inaugurada na Feira de Artes da Praça em junho de 1989. Os fundadores são Jorge Narciso Caleiro Filho e Luiz Ernesto Kawall. Na inauguração em 1989, estiverem presentes alguns amigos e personalidades como o jogador de futebol Leônidas da Silva e sua companheira Albertina, Carlito Maia, Padre Godinho, o radialista Tico-Tico, o artista plástico José Antonio da Silva e sua esposa Graciette, Julio Amaral de Oliveira (o “Julinho Boas maneiras”). O Jorge cuida da Banca na Feira e o Kawall criou a Vozoteca LEK, que reúne mais 4.000 vozes e funciona em seu apartamento na Praça. A comemoração começa às 11h na Barraca do Museu da Voz e no Espaço Plínio Marcos a partir das 14h, além da intervenção do artista Kobra e sua equipe no painel/muro da Associação, na Praça, nº 112. Para finalizar o dia de comemoração, haverá uma festa-show com músicas, leituras e performances no Espaço Cultural Alberico Rodrigues, a partir das 20h, na Praça Benedito Calixto, 159.
 
O Autor na Praça com Mouzar Benedito, Ohi, Kobra e 20 anos do Museu da Voz
Dia 26 de setembro, sábado, a partir das 14h. (Na Barraca do Museu da Voz começa as 11h)
Espaço Plínio Marcos - Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto - Pinheiros.
Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 9586 5577 - edsonlima@oautornapraca.com.br  
Realização: Edson Lima e AAPBC – Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto.
Apoio: Gontof Comunicação, Max Design, Jornal da Praça, TV da PRAÇA, Pablo Orazi Webdesign, Restaurante Consulado Mineiro, Cantinho Português e Vozoteca LEK.
 
Sobre Mouzar Benedito, jornalista e geógrafo, é mineiro de Nova Resende. Quinto entre os dez filhos de um barbeiro e uma dona de casa ex-professora rural, nasceu em novembro de 1946. Foi engraxate, aprendiz de barbeiro e seleiro, caixeiro, caculista, técnico em contabilidade, pesquisador de cultura popular, tradutor de teatro e de livros etc. Trabalho ou colaborou com cerca de 30 jornais e trinta revistas. Participou da fundação dos jornais Versus e Em Tempo e colaborou em vários outros jornais alternativos. Tem 18 livros publicados e participou de três coletâneas. Casado com Célia Talavera, sem filhos, vive em São Paulo desde os 16 anos de idade.
Sobre o livro “João do Rio, 45”, romance folhetinesco de Mouzar Benedito, produzido com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo - Proac - Programa de Ação Cultural 2008. Tal qual um quebra-cabeça que se compõe à medida em que suas peças são colocadas, este livro se constrói de pequenas histórias, como bilhetes deixados na geladeira de uma república.  Aqui, vários amigos, tendo Valadares à frente, dividem o mesmo teto, algumas mulheres, problemas e sonhos em comum, formando um rico painel da Vila Madalena e do país nos anos que antecederam à redemocratização. É a época em que surge o PT, presos políticos são libertados, o Brasil joga, mas não ganha no futebol, os hippies envelheceram, mas um pouco de seu ideário resiste nas jovens cabeças revolucionárias. Valadares, jornalista de esquerda, bom bebedor de cachaça e militante por vocação, vive causos inusitados em companhia de seus companheiros e companheiras de militância, mesa de bar e farra. O dia-a-dia de uma típica casa da Vila Madalena vira cenário para situações burlescas neste folhetim bem humorado de Mouzar Benedito, autor que domina como poucos a arte de contar histórias curtas. Em João do Rio,45, essas histórias ganham vida pela narrativa de uma personagem inusitada: a própria casa, cujas paredes teimam em ouvir tudo o que fala e se cochicha. E ela tem cada história para contar...

Sobre Ohi – www.ohi.com.br - José Luiz Ohi é cartunista e ilustrador, começou na Revista Placar em meados da década de 70. Nestes tempos colaborou com vários jornais alternativos da época, entre eles o Movimento. Depois, na década seguinte passou a trabalhar com a equipe do Núcleo de Educação Popular 13 de Maio, colaborando com as antigas oposições sindicais e organizações populares. Mais recentemente ajudou a fundar a SOSACI (www.sosaci.org), Sociedade dos Observadores de Sacis. Uma ONC (Organização Não Capitalista), com o objetivo de resgatar alguns aspectos da cultura popular que estavam “esquecidos”, como a mitologia brasílica, por exemplo. Por conta destas atividades publicou dois livros: O Anuário do Saci (Editora Publisher), e Saci, o guardião da floresta (Editora Salesianas). E agora, acaba de lançar o livro “Roendo o osso. As máximas (e mínimas) do cachorrinho.” Uma coletânea de cartuns com o personagem do jornal Brasil Agora que circulou pelos anos 90. Os três livros em colaboração com o escritor e jornalista Mouzar Benedito. Atualmente colabora com as revistas Fórum, Revista do Brasil e A Rede.

Sobre Kobra: www.eduardokobra.com - É um expoente da neo-vanguarda paulista. Seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade. Com os desdobramentos, que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou – com o Studio Kobra, criado nos anos 90 - para um muralismo original - inspirado em muitos artistas, especialmente os pintores mexicanos - beneficiando-se das características de artista experimentador, bom desenhista e hábil pintor realista. Suas criações são ricas em detalhes, que mesclam realidade e um certo “transformismo” grafiteiro. Kobra é autor do projeto “Muro das Memórias”, que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade. Desde 2006 já foram entregues 19 murais, em avenidas e ruas de São Paulo, como a Paulista, a Morumbi, a Sumaré, a Belmiro Braga, Helio Pelegrino, Rangel Pestana e a Henrique Schaumann. Em janeiro de 2009, entregou para o aniversário de São Paulo um mural de 1000 metros quadrados na Av. 23 de Maio, que mostra cenas da década de 20. Paralelamente, Kobra desenvolve sua produção pessoal, que passa pela pesquisa de materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos (desenvolvida por nomes internacionais, como Julian Beever e Kurt Wenner), além de reciclar, recriar momentos e formatos das histórias da Arte e das cidades. Além do projeto “Muro das Memórias” e de vários outros grafites feitos em espaços da Cidade, Kobra já trabalhou para empresas como Playcenter, Beto Carrero World, Coca-Cola, Nestlé, Chevrolet, Ford, Roche, Johnnie Walker, Iodice e Carmim; e para as agências The Marketing Store, Diageo, Agnelo Pacheco, além de ter trabalhado com o arquiteto Sig Bergamin para a Lê Lis Blanc. Em alguns trabalhos conta com a parceria do arquiteto, urbanista e especialista em arte pública Márcio Rodrigues Luiz. Fundou em 95, o Studio Kobra, onde comanda uma equipe especializada em pintura de painéis artísticos. Eduardo Kobra tem sido muito procurado para decorar também para pintar muros e interiores de residências. Recentemente, participou da Casa Cor São Paulo 2009 em dois espaços. Fez na loja do MAM (Museu de Arte Moderna) um painel de 4,5 metros por 15 metros de altura, que ocupou o teto e a parede principal do local. O painel mostrou a fachada do MAM e seus vidros refletindo o Parque Ibirapuera, com suas esculturas, árvores e prédios. Durante a abertura da Casa Cor pintou um mini cooper dentro do espaço do arquiteto Toninho Noronha. Várias residências importantes da cidade trazem obras com a grife de Kobra. Segundo o artista, os temas são variados. Há desde pedidos para que a pintura remeta a uma cena da região de origem do estabelecimento a pedidos para que reproduza cenas do projeto “Muro das Memórias”. Kobra também tem realizado belos trabalhos em bares e restaurantes, como o sofisticado Trindade (onde, a convite do arquiteto Toninho Noronha, mostrou, sob uma lona de caminhão de 96m2 uma cena do bairro Lisboeta, em Portugal); o Bleecker St, onde pintou um mural de 10X4m, que traz uma cena do metrô de Nova York; o restaurante JK (5mX9m), onde há uma cena do Centro de São Paulo, no início do século (Largo do Tesouro, 1910); a tradicionalíssima Confeitaria Vera Cruz, onde pintou uma cena do Largo São Bento na década de 20; o Empório Santa Maria, na avenida Cidade Jardim, onde fez dois belos trabalhos: um no teto da área de presentes e o outro no restaurante japonês do local e a “Casa do Samba”, na Vila Olímpia, onde mostrou no Interior uma cena da Rocinha e, na fachada, caricaturas de sambistas famosos. Em outubro de 2008, fez na galeria Michelangelo, em São Paulo, a elogiada exposição “Lei da Cidade que Pinta”, onde placas, outdoors, luminosos e outros materiais de comunicação visual retirados pelos fiscais e funcionários da Prefeitura ressurgiram como suporte para as obras de arte. Em julho deste ano fez, também em São Paulo, na galeria Pró Arte, a exposição “Visitas”, sucesso de crítica e público. Em julho e agosto realizou algumas intervenções em 3D com o artista plástico Romero Brito, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entusiasmado com o trabalho de Kobra, Brito anunciou para a imprensa que pretende levar Kobra para expor na Europa. O artista planeja agora uma viagem para Brasília, para preparar uma homenagem aos 50 anos da capital do País, além de realizar uma série de outras intervenções no Rio de Janeiro. Em novembro deste ano Kobra fará uma exposição na Galeria Romero Brito, em São Paulo e em dezembro participará com uma tela de uma exposição de artistas brasileiros no Museu do Louvre, em Paris. (Airton Gontow – Ass. Imprensa).

Sobre O Museu da Voz - é uma das barracas pioneiras da Feira de Artesanato, Lazer e Cultura da Praça Benedito Calixto, realizada, aos sábados. Foi inaugurada em junho de 1989, pelo administrador de empresas Jorge Narciso Caleiro Filho e o jornalista Luiz Ernesto Kawall. O Museu da Voz é especializado em Música Popular Brasileira e vozes célebres de personalidades. Paralelamente o Luiz Ernesto Kawall constituiu a Vozoteca Lek. No acervo com mais de 4.000 vozes, encontra-se depoimentos do pai da aviação Santos Dumont, do ex-presidente Juscelino Kubitschek, a poetisa Cora Coralina, o interntor americano Thoas Edison, a primeira-ministra indiana Indira Gandhi e uma pérola: a Atriz Marlene Dietricha cantando Luar do Sertão em Português, numa gravação de 1946, no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro. A Vozoteca LEK pode ser visitada, mas é necessário agendar pelo Tel. 3062 0015, com o próprio Kawall. Saiba mais e ouça algumas das raridades.


Trecho de uma Crônica de Carlito Maia sobre a inauguração do Museu da Voz, publicada na imprensa em junho de 1989 e no livro “Vale o Escrito”, que reúne crônicas e histórias de Carlito:
 (...) Viva o Júlio (Júlio Amaral de Oliveira, o Julinho Boas-maneiras), com quem estive domingo passado, quando foi inaugurado o Museu da Voz (barraca 63 da Feira da Benedito Calixto). Parecia mais moço do que eu, além de muito mais elegante e charmoso. Lá estava também o maior craque de todos os tempos, isto é, dos tempos em que havia futebol, Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”. “Léo, meu ídolo, está enxutésimo, que inveja” Outra presença: padre Godinho, em ótima forma. E até o veterano repórter de tevê, “Tico-Tico”. Coroa tinindo nos cascos. Não envelhecem, continuam meninos. Mas eu voltarei a falar aqui do Museu da Voz, bela iniciativa do Luiz Ernesto Kawall, escoteiro sempre alerta, e do Jorge Narciso Caleiro Filho. Pinheiros é um bairro inteligente. (...)

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