10.2.08

Fragmento do dia - O Vieira de Pessoa

Segundo/Antonio Vieira
O CÉU STRELLA e tem grandeza.
Este, que teve a fama e a glória que tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu tambem.

No immenso espaço seu de meditar,
Constellado de fórma e de visão,
Surge, prenuncio claro de luar,
El-Rei D.Sebastião.

Mas não, não é luar: é luz e ethereo.
É um dia; e, no céu amplo de desejo,
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.
(31-7-1929)
(Trecho de obra de Fernando Pessoa FERNANDO PESSOA ELE MESMO - Mensagem - Terceira Parte / O Encoberto II. Os Avisos - Segundo/Antonio Vieira em O Eu profundo e os outros Eus Editora Nova Fronteira)
Nota da Redação: Olha o Vieira aí de novo, gente! Pois é o Padre retorna nas palavras poéticas de Fernando Pessoa. Por favor, não me perguntem mais nada, a obra é toda bastante "pessoal" e conforme nota da introdução de Mensagem respeitou-se a ortografia original do autor . Este livro foi o único publicado por ele mesmo. Esta poesia, completa o fragmento que já publicamos que fala do Padre Vieira. (Leia nos Arquivos)

4 comentários:

TS disse...

Falar em Vieira dá vontade de comer 'conquille'.
Os portugas até hoje à espera do Rei-Menino.
Houve um professor que adorava ler os sermões e os alunos dormiam.
Este Fernando amava tanto o seu país que se multiplicou em outros tantos.

LIBERATI disse...

Pois é Tinê, deveria se chamar Fernando Pessoas.
bjs

ze disse...

outro dia li no jornal que os reis de Portugal não usam a coroa e deixam de lado para o rei Sebastião (q como aparece no texto virá) em cima de um móvel de madeira. Na imagem de s. Sebastião nas flechas , ele ressuscita, daquela morte a flechadas.

LIBERATI disse...

Pois é o rei Sebastião que nunca chega. E Beckett esperando Godot no cemitério de Montparnasse.
Um abraço