4.2.08

Fragmento do dia - Kafka

"Era noite já quando K. chegou. A aldeia permanecia imersa na neve. Não se via nada da colina; bruma e trevas rodeavam-na; nem o mais flébil resplendor revelava o grande castelo. Por muito tempo K. deteve-se sobre a ponte de madeira que do caminho real levava à aldeia, com os olhos erguidos para o aparente vazio."
(Trecho de abertura de O Castelo de Franz Kafka - Edições Tema - Tradução e Prefácio de Torrieri Guimarães)
Nota da Redação: Diante deste monumento é conveniente calar . Quem sabe um dia....

2 comentários:

TS disse...

Se o artista da fome tivesse forças, soubesse português e a letra de Walter Franco, talvez ele cantasse no meio da ponte:

"Me Deixe Mudo

Não diga nada
Saiba de tudo
Fique calada
Me deixe mudo
Seja no canto, seja no centro
Fique por fora, fique por dentro
Seja o avesso, seja a metade
Se for começo fique a vontade
Não me pergunte, não me responda
Não me procure, e não se esconda."

LIBERATI disse...

Que maravilha Tinê, você trazer Walter Franco aqui pro blogue! Eu acho ele um gênio! Fundiu a cabeça de Caetano com "Cabeça" naquele festival e o obrigou a fazer o polêmico (na época) Araçá Azul. Briga de gente grande e de vanguarda. Pena que a mídia incensou um e virou as costas para o outro. Os dois são grandes representantes da nossa cultura poética e musical.
Kafka me dá medo. Canetti tem um ensai sobre o problema dele com a conjugalidade que é mais do que isso é claro, mas o uso das cartas para evitar o casamento, as dificuldades dele com as mulheres...é um treco que dá dó.
Canetti como sempre brilhante.
Bjs